Vivo nessa volta incessante, tentando entender algo e com a impossível missão de por o que sinto em palavras. É difícil. Não entendo o que se passa dentro de mim, às vezes só quero dançar conforme a música porque dá dor de cabeça ficar tentando entender tudo isso. Mas eu não desisto das palavras, apesar da dor. Lembro que quando eu era criança, gostava de escrever poemas no estilo, palavras da primeira frase rimam com palavras da terceira frase, eu não era boa nisso, não sou até hoje, mas era inusitado, uma criança de apenas nove anos escrevia como o amor dói, era poeta sem nunca nem ter amado. Aconteceu que depois, muito depois, com quatorze anos, o momento chegou, não era amor mesmo, simplesmente uma paixão, o apaixonado me deixou. Obrigada idiota que nunca vai ler isso. Elas chegaram e como com um sussurro disseram: Não chore, escreva. Foi assim, eu escrevi para não chorar, o que era um simples hábito, se tornou um vicio diário. Hoje em dia, não consigo mais chorar, carrego sempre comigo um caderninho, se me sentir mal, escrevo, se me sentir bem, escrevo. Assim eu sigo, tentando desvendar os mistérios que a minha mente de menina sonhadora esconde, os mistérios dessas voltas incessantes, tentando realizar essa missão impossível. Às vezes, acho que consegui por tudo em palavras, mas aí eu vejo que o que sinto é muito maior e difícil, vi que não consegui, a confusão dentro de mim é enorme. Como eu resolvo? Dançando conforme a música porque não mais dor de cabeça por enquanto, já tenho dores de cabeça o suficiente tentando te entender.
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