“Socorro! É uma emergência! Ela parou de sentir, ela parou de entender seus sentimentos!” Era o que a enfermeira gritaria quando eu adentrasse a porta daquele hospital especial. Sim, parei de sentir, ou pelo menos de entender os meus sentimentos. Mas creio mais na primeira opção.
Sempre senti todos os sentimentos do mundo sem nunca tê-los sentidos. Dá pra me entender? É confuso, eu sei. Mas esse eu - lírico que vive dentro de mim já experimentou até a morte. E posso lhe afirmar que ela foi bem recente, foi no momento que parei para pensar, sentir, escrever e nada fez sentido. Nenhuma palavra de amor, nenhuma de decepção, nenhuma de felicidade, nenhuma de tristeza. Corri por todos os corredores do me corpo, tentei sentir com o coração e com a mente, nada saiu. Doeu muito.Talvez você pense que me sinto vazia, mas não é exatamente assim. Sinto-me incompleta, sabe? Nunca gostei de metades, me sentir uma, então, é algo tão sei lá. Para aqueles que (sobre)vivem de sentir, isso é algo que machuca.
Melhor dizendo, é algo que de inicio, machuca muito. Depois se torna insuportável.
E eu continuo atrás desse hospital especial. Um hospital para os doentes de alma, de espírito, e de coração. Mas não me refiro a aquele com átrio esquerdo e direito, me refiro a aquele que dói sem doer.
Se alguém souber onde ele fica, peço que me passem o endereço, porque eu preciso da cura.

Nenhum comentário:
Postar um comentário