Olha, primeiro eu quero falar que não espero nada de você, não tenho esse direito, de chegar assim do nada e querer deixar tua vida tão bagunçada quanto a minha, mas não tá mais dando pra conviver com esse nó no peito, entende? Isso tá me tirando o sono e a possibilidade de seguir em frente, ou qualquer clichê do tipo.
As coisas acontecem de maneiras imprevisíveis e inacreditáveis, não foi exceção comigo, sou a regra, incorreta e incompreensível, mas sou a regra, eu escondi isso por muito tempo por não acreditar nisso. Aliás, quem poderia acreditar? Acho que nem você mesmo acreditaria na época, tão pouco sei sobre hoje, se acreditará ou não, mas a minha função é relatar os fatos e tentar desatar esse nó, antes que ele acabe me sufocando.
Acontece assim, como dizia Caio “Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra”. Dá pra acreditar? Não digo que és uma alma deserta, desculpe-me se por um momento te fiz pensar isso, referia-me a outra parte. É, uma alma especial reconhece de imediato a outra. Não sei, não dá pra explicar, acontece que toda vez que te vejo, ou simplesmente penso em você, algo pressiona o meu coração.
É amor? Não sei, só Deus sabe.
Agora, se possível gostaria que tentasse me explicar como conseguiste deixar tudo fora do lugar assim. É que assim, eu achava impossível essa história de amor e todos esses clichês inéditos e deja vus nunca visto, mas a vida parece afim de me desmentir, entende? Acho que não. Não sou macumbeira nem nada do tipo, mas tenho sentimentos, sei que no momento deves te sentir tão confuso. “Por que essa louca me manda ler uma coisa dessas?” Sim, eu sei que falei que teríamos uma conversa, falada, mas sou assim, feita de palavras. A arte mais inexpressiva para alguns me é alimento diário e conforto quando a minha boca não tem coragem de dizer o que se passa no meu coração.
Posso simplificar? Olha, é assim: Eu me lembro do seu rosto, do seu cabelo, do seu sorriso e olhar e começo a sorrir feito boba, é como se fosse automático, mas como se de algum modo, só você pudesse ativar. Confuso. Mas eu seguida eu lembro que tão longe estás fisicamente e mentalmente, que nunca te passa pela cabeça a ideia do meu sentimento, aí eu começo a despedaçar. É como se eu fosse uma criança e me tirassem meu doce. Dói.
Conseguiste compreender ou baguncei tua cabeça também? Peço-te desculpas se o fiz. Eu só queria tentar me livrar desse nó horrível.
Se não tiveres nada a me dizer, te imploro: ignora esta, finge que esta louca jamais te entregou este papel para ler. Fazes tudo, mas não me privas da tua amizade, por favor.
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